É comum em nosso tempo as pessoas se
tatuarem por diversas razões, as vezes para homenagear um namorado ou namorada;
por causa dos pais; dos filhos; do time e até por causa de Jesus! Mas a
pergunta é lógica: o crente pode tatuar o corpo? Há vinte anos atrás a tatuagem
era vista como algo que associava a pessoa a malandragem, a droga, ao rock, o
que não é mais visto desta forma pela sociedade. Hoje jogadores de futebol tatuam o corpo,
atores e atrizes, cantores, com nome de filhos, cônjuges, amantes e alguns com
o nome de Cristo. Mas é pecado ou não tatuar? Embora, aqueles que vão tatuar o
corpo tem que entrar em um ambiente “pesado”, uma sala cheia de caveiras,
imagens satânicas, monstros e outros, conforme relato de pessoas em contato
comigo, que já se tatuou e hoje se arrepende profundamente! Não posso afirmar
categoricamente que todos as salas de tatuadores sejam nesse nível opressor
espiritualmente, com essas figuras macabras!
A origem da Tatuagem como meio de Revelação de Sua
Identidade
Primeiramente
precisamos ver a origem do uso da tatuagem para descobrirmos a sua real
identidade. Povos pagãos antes de Cristo já usavam a tatuagem para participarem
de ritos e atos de violência entre tribos. Inicialmente eram marcas de cicatrizes
adquiridas em guerras, lutas corporais ou caças. Essas cicatrizes eram motivo
de orgulho e reconhecimento ao homem que as possuísse, pois representavam força
e vitória. Com essa ideia de que as marcas eram sinônimo de vitalidade, as
cicatrizes foram substituídas por desenhos com tintas vegetais e espinhos
introduzidos na pele.[1] No
Império Romano, por exemplo, apenas os soldados eram tatuados com uma sigla
SPQR que significa “para o Senado e o povo de Roma”. Os soldados que eram
considerados uma classe inferior no Império utilizavam essas siglas tatuadas,
gente nobre em Roma não se tatuava![2]
Você sabe a identidade de algo quando ela é
criada ou inventada, porque nesse momento é revelado o seu propósito, sua
essencia. Logo, a origem da identidade da tatuagem é associada com ritos
pagãos, violência e guerras. Você pode argumentar que alguns usam a tatuagem
com propósitos diferentes, colocando o nome do filho, da esposa, do amante, do
pai ou da mãe! Em alguns casos a cruz, o nome de Cristo, e por causa desse uso,
seria justificável a tatuagem! Seria mesmo? O uso diferente da tatuagem não
muda sua identidade. Ainda ela usada para paganismo, ritos satânicos, gangues,
símbolos de tropas de elite ou de guerra, em presidiários que desenham
tatuagens de cruz ou caixões para ostentar seus assassinatos. Você serviria
leite puro em um pinico usado para alguém? Seria o mesmo que colocar o nome de
Cristo associado a identidade da tatuagem? Ou seja, a tatuagem continua sendo
usada pela maioria para os mesmos propósitos que a fizeram existir, e o uso para outros fins não mudam sua
identidade!
O Testemunho do crente na Sociedade
Certa
vez assisti uma reportagem do Jornal Hoje sobre o Rock in Rio, onde alguns eram
entrevistados, a repórter começou a mostrar o quanto os admiradores de Rock
eram tatuados. Ela parou um homem, que tinha todo o corpo tatuado, e perguntou
a ele o que ele fazia, qual era sua profissão? Qual você diria? Eu pensei que
era analista de sistema, web designer, skatista profissional, autônomo, vocal
de uma banda de rock, empresário de algum ramo relacionado ao Rock, algo nessa
direção. Mas ele disse que era missionário, um pastor! Não tem coerência com o
Evangelho santo, puro e simples, que é apresentado pela Escritura. Deformar o
corpo daquela forma, com a desculpa de
usar isso como ponto de contato com os admiradores do Rock é no mínimo tolo! Imagine ele em um púlpito de uma igreja
evangélica nos padrões normais, seria ele instrumento de edificação ou de escândalo
para igreja e para os visitantes? Sei que existem irmãos que antes de converter
fizeram tatuagens e não tem condições de tirar, não me refiro a estes, me
refiro a alguém que usa a desculpa de evangelizar os marginalizados pela
igreja, e por isso faz tatuagem. Paulo afirma que se alguma atitude minha
escandaliza alguém de mente mais fraca, considerando que tatuagem é escândalo
para a igreja evangélica brasileira na maior parte e não que quem condena é de
mente fraca, não devo usar ou praticar certas coisas que necessariamente não
são erradas, mas culturalmente são consideradas como erro ou pecado (1 Co 8.9; Rm
14. 1-12). Isso não significa que considero a tatuagem algo aprovado pela
Escritura, o próximo ponto esclarecerá isso, mas que ainda que a Bíblia não
falasse nada sobre isso, só o fato de escandalizar a igreja ou incrédulos, já
seria suficiente para condenar a tatuagem!
O que a Escritura fala sobre a
Tatuagem?
O primeiro texto que mais claramente
fala a respeito da tatuagem é Levítico 19. 28: Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre
vós. Eu sou o SENHOR. O contexto
aqui são as instruções de Deus através de Moisés para o povo de Israel na
peregrinação, que possuiria uma terra habitada por povos pagãos que tinham como
pratica a tatuagem, que aqui é chamada de “marca” (porque o nome tatuagem é
algo moderno e inicialmente os povos faziam marcas, como já explicado), para
que Israel não se assemelhasse a esses povos. Levítico é o livro que revela a
santidade de Deus e o padrão exigido de moral e ética para o seu povo! Porque
tantas exigências? Quando o povo de Israel fizesse as mesmas marcas,
naturalmente estariam se associando as práticas místicas e pagãs que aquelas
marcas simbolizam para o mundo antigo. Tatuar naquele caso seria uma forma de
associação cultural e religioso pela identidade da tatuagem, como expliquei no
início. Marcar o corpo com as divindades, como aqueles povos faziam, era uma
forma de desfigurar o homem que foi criado a imagem e semelhança de Deus. Em
Deuteronômio 14.1-2 é repetido essa ordem de Deus para o povo de Israel, a nova
geração, que entraria em breve na terra prometida, onde é apresentado a razão
da proibição de marcar o corpo: “Filhos
sois do SENHOR, vosso Deus; não vos dareis golpes, nem sobre a testa fareis
calva por causa de algum morto. Porque sois povo santo ao SENHOR vosso Deus, e
o SENHOR vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe
serdes seu povo próprio. ” Aqui temos declarações mais especificas para a
proibição: “Filhos sois do SENHOR, vosso
Deus;...” Somos de Deus e nada que possa nos identificar com o povo ímpio,
pagão, místico, violento, deve ser praticado por nós! Deus nos escolheu dentre
bilhões para ser seu povo de propriedade exclusiva, sacerdócio real, nação
santa para proclamar quem Deus é para o mundo (1 Pe 2.9). Como podemos fazer
isso? Falando do Evangelho e vivendo diferente do mundo. Se eu me visto como o
mundo, tatuo o meu corpo como qualquer pessoa mundana, falo como qualquer
pessoa ímpia, tenho os mesmos vícios, vou nos mesmos lugares, estaria vivendo
como sal e luz no mundo? As marcas de Cristo são na alma, embora as vezes são
feitas pelos perseguidores no nosso corpo, mas como fruto de perseguição e não
de tatuagem (Gl 6.17)!
Considerações
Finais
Entendo que a tatuagem é identificada
com violência, vandalismo, imoralidade, gangues, ritos pagãos, mesmo que muitos
usem símbolos inofensivos ou até mesmo do cristianismo. A mudança do uso por
uma minoria não muda a origem e identidade de marcar o corpo.
Marcar o corpo é algo proibido pela
Escritura claramente pela razão acima. Outro motivo bíblico para a tatuagem ser
condenada é que fomos criados a imagem de Deus e marcar o corpo é ofender a
Deus, porque o corpo também faz parte dessa imagem. Minha opinião é que
qualquer mudança no corpo que não seja por razões medicas e corretivas, não
estão de acordo com a vontade de Deus, mas em conformidade com a vaidade humana
e a cultura mundana!
O crente deve ser identificado não
somente pela pregação do Evangelho, mas deve ser identificado pela roupa,
práticas, lugares que frequenta, linguajar, conduta em geral. Não existe uma
regra de moda na Bíblia, mas existe a ordem de ser prudente, santo, sensato,
luz e sal no mundo. É logico que não estou defendo legalismo ou que o
cristianismo essencialmente é roupa, linguajar e outros, mas que o crente que é
rendido aos pés de Cristo verdadeiramente, busca ser no seu externo um exemplo
e não um escândalo para o Evangelho!
Logo, tatuagem é pecado! Com exceção
daqueles que converteram depois que fizeram e não podem tirar por falta de
recursos financeiros. Mas é pecado para aquele crente que intencionalmente e
com rebeldia faz a tatuagem para se adequar a cultura anti Deus, a tribo de
amigos, ao mundo e não a Escritura. Sei que muitos crentes que fizeram se
arrependem de ter feito, e se veem em uma situação difícil, porque como
demostrarão arrependimento externamente? O importante é que internamente se
arrependeram e não querem mais fazer, contudo, as consequências no corpo
continuarão testemunhando contra a consciência. Ainda que retirem a tatuagem,
alguma lembrança física certamente ficará! Vejo que o caminho é servir de
testemunho para outros que crentes que ignorantemente querem fazer o mesmo!
Lembre-se
sempre disso: Filhos sois do SENHOR,
vosso Deus; não vos dareis golpes, nem sobre a testa fareis calva por causa de
algum morto. Porque sois povo santo ao SENHOR vosso Deus, e o SENHOR vos
escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu
povo próprio.
Márcio
Willian Chaveiro
Paz!!
ResponderExcluirSó não entendi a questão do "corpo" fazer parte da imagem de Deus. Deus é Espírito e com certeza nossa imagem e semelhança com ele esta em Seus atributos comunicáveis ao homem como amor,moralidade,etc...
Em Cristo,
Mário
Mário César, é verdade que Deus é Espírito Puríssimo, mas se o corpo é parte integrante do homem, que é composto de corpo e alma. O homem foi criado de tal forma a imagem de Deus, que proporcionou condições para que Ele encarnasse! Se o corpo não estivesse envolvido nesse aspecto de imagem e semelhança, como Deus (Cristo) teria encarnado? O homem como um todo é a imagem e semelhança. Porque Deus ordenou após o diluvio, que o homem que matasse outro homem deveria ser morto, porque o homem foi criado a imagem de Deus (Gn 9.6)?
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